Ele tinha 17 anos e estava curtindo um passeio com a turma da escola, iria fazer vestibular para computação , nesse dia Leder mergulhou na praia de Perequê, em Porto Belo, batendo com o pescoço em um banco de areia, quebrando duas vértebras e lesionando a medula, devido a isso ele não pode fazer o vestibular mas apesar disso conseguiu superar todos os obstáculos e provou que o tempo pode mudar tudo na vida se tiver coragem para enfrentá-lo.
Determinado a realizar seu sonho, aos 22 anos freqüentou um curso de informática em Lages, e em 2006 iniciou o curso de Gestão da Tecnologia da Informação pela Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul) virtual. O trabalho voluntário prestado à Fundação dos Deficientes de Otacílio Costa lhe trouxe muitas alegrias. “Foi a melhor época da minha vida. È muito bom poder ajudar alguém”, afirma. Durante quatros anos, além de presidente, Leder deu aulas de informática para os alunos da fundação. Foi nessa época que despertou o dom da pintura. “Paisagens é o que mais gosto de pintar”, declara. Foram mais de quinze quadros retratando a natureza e animais. Com a venda de alguns pôde custear a faculdade. Hoje Leder passa a maior parte do tempo em frente ao computador. “Gosto de ler, mas a internet é meu vício”, brinca. Uma de suas primeiras conquistas foi a elaboração do site da Apae de Otacílio Costa na internet. “Quero me dedicar a isso. Meu objetivo é conquistar um espaço no mercado de trabalho”, revela. Luta conjunta supera barreiras - Na época do acidente os médicos ocultaram o fato de que não andaria mais. E a luta dos pais começou. Foram anos de terapia e cuidados especiais. “Tinha que fazer fisioterapia com ele, e aprendi buscando em livros a maneira correta”, lembra a mãe, dona Delci Masselai. Foi ela quem fez as primeiras adaptações de materiais para o filho realizar algumas atividades.
O treinamento para digitar começou em uma calculadora. “Eu ficava escondida, vendo o esforço do meu filho”, conta. Para escovar os dentes, segurar os talheres, dona Delci improvisou com luva, usada por esqueitistas, comprada em uma loja de R$ 1,99. E o grande segredo para conseguir digitar em um teclado de computador está em uma espécie de espátula de plástico, medindo cerca de três centímetros, unida ao dedo por um pedaço de pano. Dona Delci conta que já tentou comprar adaptadores para as mãos, mas que por ser um material mais seco acabavam machucando, formando calos. Para movimentar o mouse foi colada uma pequena argola em cima, na qual encaixa o dedo e mexe para onde quiser. “Ele é persistente, e isso me motiva ainda mais”, desabafa a mãe. Para conferir como ficou a página criada por Leder, acesse o site: www.apaeotaciliocosta.org.br.
Site: Adjori
Data: 23/10/2008
Link:http://www.adjorisc.com.br/jornais/omomento/noticias/index.phtmlid_conteudo=16167